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Estrangulador de Southland

Publicado: maio 18, 2009 por Mellanye em - Notícias

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O caso lembra um seriado de TV de sucesso, Cold Case, sobre policiais que investigam crimes antigos na cidade de Filadélfia, EUA. A polícia de Los Angeles, na Califórnia, prendeu no início do mês passado um homem que pode ser um dos piores serial killers da história americana.
John Floyd Thomas Júnior, hoje com 72 anos, teria estuprado e matado pelo menos 30 mulheres desde 1955. Até sua prisão, em 2 de abril, ele trabalhava na área de seguros, mas agora está sendo chamado pela polícia de o “Estrangulador de Southland”, região do condado de Los Angeles onde os crimes ocorreram. Por enquanto, Thomas só foi acusado formalmente de dois assassinatos, um em 1972 e outro em 1976, mas é provável que os promotores acrescentem novos casos no dia 20 de maio, quando ele será apresentado à Justiça.
Ironicamente, Thomas já havia sido preso diversas vezes entre 1955 e 1978 por crimes sexuais menores e roubos, mas nunca tinha sido ligado aos homicídios do Estrangulador de Southland, devido às deficiências da tecnologia de investigação policial na época. Agora, graças a exames de DNA, foi apontado como responsável pelos homicídios de 1972 e 1976.
– Ainda há muito para descobrir sobre os crimes dele – disse o chefe de polícia de Los Angeles, William Bratton.
Para o americano Bob Kistner, é como se tivesse se livrado de um peso de décadas. Ele recém havia entrado na polícia, em 1976, quando sua tia-avó Maybelle Hudson, 80 anos, foi espancada, estuprada e morta, em Inglewood. Trinta e três anos depois, recém-aposentado como sargento da polícia, ele recebeu um telefonema dizendo que Thomas havia sido acusado pelo crime.

– Eu esperei minha carreira inteira por este telefonema – lembrou Kistner.

A noção de que serial killers seriam pessoas solitárias e desajustadas com uma inteligência acima da média – uma imagem amplamente divulgada por filmes de Hollywood – é um mito perigoso que pode prejudicar investigações criminais, de acordo com um relatório divulgado pelo FBI (Federal Bureau of Investigation, a polícia federal americana).

O relatório diz que vários serial killers não correspondem a essa imagem e que, por isso, teriam mais facilidade para agir despercebidos.
Muitos serial killers se escondem às vistas de suas comunidades”, tendo casa, família, emprego e “parecem ser membros normais da comunidade“.
Como muitos assassinos seqüenciais podem se misturar (à comunidade) com facilidade, com freqüência, eles passam despercebidos por policiais e pelo público“, disse o estudo da Unidade de Análise Comportamental do FBI.

Hollywood:
O documento, compilado com base na experiência de 135 policiais, acadêmicos e especialistas em saúde mental, diz que boa parte do que as pessoas conhecem sobre esse tipo de crime vem de filmes de Hollywood.
Os enredos são criados mais para estimular o interesse da audiência, do que para retratar com precisão o assassinato em série. Ao se concentrar nas atrocidades infligidas em vítimas por criminosos ‘desajustados’, o público é cativado pelos criminosos e seus crimes. Isto só cria mais confusão sobre a verdadeira dinâmica do assassinato em série“, diz o relatório.
O filme O Silêncio dos Inocentes, que fez muito sucesso na década de 90, é apontado como um exemplo de como se criou esse mito. O personagem principal é um serial killer que é um psiquiatra canibal.

O FBI cita exemplos de vários serial killers da história recente dos Estados Unidos que não correspondem a essa imagem ‘glamourizada’. Entre eles, está Robert Yates, que matou 17 prostitutas na área de Washington na década de 90. Ele era casado, tinha cinco filhos e vivia em um bairro de classe média. Era um piloto de helicóptero militar condecorado. Outro exemplo é Gary Ridgeway, que confessou ter matado 48 mulheres em 20 anos na região de Seattle. Tinha sido casado três vezes e ainda estava com uma esposa quando foi preso. Freqüentava a igreja regularmente. Dennis Rader matou dez pessoas no Estado do Kansas. Ele tinha mulher e dois filhos, trabalhava no funcionalismo público.

Sem fanatismo sexual:
Outro mito que o FBI tenta dissipar é que os serial killers são obcecados por sexo. Nem todos os assassinatos em série têm sexo como base. Revolta, gosto pela aventura, ganho financeiro e tentativa de chamar a atenção também são citados como motivos para esse tipo de crime.
Sentimentos de revolta e a busca por sensações extremas que levaram o ex-militar John Allen Muhammad e seu parceiro Lee Boyd Malvo a se tornarem os franco-atiradores de Washington D.C. Eles mataram dez pessoas. Comunicavam-se com a polícia por bilhetinhos e tentaram extorquir dinheiro para parar com os assassinatos.
Michael Swango, um médico, foi condenado por quatro assassinatos em NY e Ohio, embora seja suspeito de ter matado de 35 a 50 pessoas nos Estados Unidos e na África. Ele tinha um caderno com recortes de jornais e revistas sobre desastres naturais que fizeram muitas vítimas. A polícia acredita que ele pode ter sido fascinado pela morte.
Um outro mito seria o de que os serial killers têm problemas mentais acentuados ou são extraordinariamente inteligentes.

Como um grupo, serial killers sofrem de vários distúrbios de personalidade“, diz o relatório, ressaltando, contudo, que não chegam a ser considerados legalmente insanos.
A mídia criou vários serial killers de ficção ‘gênios’, que passam a perna na polícia o tempo todo, diz o documento. Isto está longe de ser a regra, de acordo com a polícia federal americana.
Como o resto da população, os criminosos vão dos pouco inteligentes aos de capacidade mental acima da média.