Conhecido como Maníaco do Martelo ou Serial Killer do Xadrez (queria matar 64 pessoas, número de casas do tabuleiro de xadrez), Alexander confessou ter cometido 61 crimes; sua meta era apenas superar Andrei Chikatilo, com 52 mortes.
A polícia precisou de 14 anos para resolver os misteriosos assassinatos que o último maníaco da Rússia tramava em sua cabeça enferma. Quando policiais invadiram o apartamento deteriorado em que Alexander Pichushkin vivia com a mãe, em Moscou, no ano passado, as coisas logo se tornaram claras. A polícia encontrou um tabuleiro de xadrez no qual Pichushkin, 33 anos, havia inscrito um número para cada vítima.
Esta semana, teve início o julgamento no qual ele é acusado de 49 assassinatos, ainda que o total que lhe é atribuído seja de 62. Ao que parece, o último maníaco da Rússia tinha dois objetivos. O primeiro era tirar a vida de 64 pessoas, tantas quanto as casas de um tabuleiro de xadrez, como ele mesmo disse. O segundo era competir com o assassino serial mais famoso do país, Andrei Chikatilo, que em 12 anos matou 52 crianças e mulheres jovens.
A polícia presume que Pichushkin tenha matado a maioria de suas vítimas com golpes de martelo ou garrafas de vodca contra a cabeça. Esta última técnica foi utilizada contra os moradores de rua que ele atraía ao parque Bittsa sob o pretexto de lhes oferecer um trago. “Para mim, uma vida sem assassinato é como uma vida sem comida”, ele declarou em confissão diante de câmeras de TV.
“Para mim, a vida sem matar é como a vida sem comida para vocês. Sentia-me o pai de todas aquelas pessoas, uma vez que fui eu quem lhes abriu a porta para o outro mundo“. Na saída do primeiro dia de julgamento, segunda-feira, os jornalistas perguntaram por que ele havia cometido os crimes, e a resposta foi lacônica, sem emoção; “Era assim que eu me sentia“.
Pichushkin não foi capaz de concluir seu plano macabro porque a última de suas vítimas intuiu a cilada. O assassinato do tabuleiro trabalhava como vendedor em uma loja de alimentos, e um dia convidou uma colega de trabalho para um passeio no parque. Foi em 5 de junho de 2006. Ela deixou um bilhete ao filho explicando aonde pretendia ir, e em companhia de quem. A polícia encontrou o papel e, 10 dias mais tarde, deteve Pichushkin.
Ainda que inicialmente ele negasse os indícios, terminou confessando depois que policiais mostraram uma gravação de câmeras de segurança do metrô que o mostrava em companhia da mais recente vítima. Alexander Pichushkin não parece humano, e sim um maníaco de cinema. Não lhe custou muito começar a revelar todos os seus crimes, e até vangloriar-se deles. Em 2005, quando a cidade viveu um pânico devido às suas numerosas ações, a polícia deteve um homem erroneamente.
“Eles salvaram muitas vidas me prendendo”
Pichushkin assassinou duas pessoas na mesma semana, para demonstrar que não haviam conseguido detê-lo. Acompanhava com atenção o que a imprensa publicava sobre seus crimes, e se irritava muito quando detalhes que considerava essenciais estavam ausentes dos relatos. De acordo com o suposto maníaco, seu truculento torneio de xadrez começou em 1992, com o assassinato de um colega da escola onde estudava.
A polícia o interrogou, então, mas não foram movidas acusações contra ele. Aquele foi exatamente o ano em que Chikatilo foi condenado. Depois dessa primeira experiência, Pichushkin só voltou a atuar uma década mais tarde. Em 2005 e 2006, seus ataques se tornaram mais freqüentes, e talvez por isso tenha saído derrotado.